Pular para o conteúdo principal

Partidos não detém o monopólio da política

Dirigentes partidários, por favor, evoluam.
Os partidos não detém o monopólio da política.

Sim, sou uma dirigente partidária. E quanto mais mergulho no desafio de aprender a fazer política e de atuar no ambiente partidário, mais convicção tenho de que, ou os partidos se atualizam ou se farão ainda mais motivo da criminalização da política e da própria  descredibilização.

Estou porta-voz na REDE-DF, junto com o amigo Donga até o final de 2021. Meu compromisso pessoal (e graças ao universo, compartilhado com o meu parceiro de coordenação geral da REDE-DF) é de radical transparência dos atos partidários e promoção real de participação. Democracia intrapartidária.

É um desafio e tanto porque o sistema é viciado, porque as pessoas estão apegadas ao conchavo, à tomada de decisões na surdina, porque pensar simples ficou complexo. E ousam propor confundir isso com estratégia. Não. É controle irresponsável e manietador da cidadania.

Ouvi de Shalon Silva, por diversas ocasiões, sobre confiar no processo e tenho feito disso um lema e exercício e tentado desafiar outras pessoas a isso também. 

Alguns bons resultados tem se mostrado e sei que as intempéries ainda nem começaram. Mas sigo confiante de que se a gente trabalha de modo organizado, com foco, disciplina,  respeitando autorias (como aprendi com a minha amiga Jane Maria Vilas Bôas), sob o manto coletivo e no espírito da colaboração e para servir, as chances de dar certo aumentam significativamente.

Sei que vou errar um tanto nesse processo. Mas não tenho medo porque aprendi que faz parte e nada tem a ver com irresponsabilidade.

Um erro, porém, não cometerei. De deliberadamente abrir uma curva entre discurso e prática política. O nome disso é incoerência e disso tenho nojo.

Por isso faço o exercício de me manter em vigilância e espero estar rodeada de pessoas leais o suficiente para me despertarem se e quando cochilar e começar a desviar de caminhar buscando alinhar discurso e prática do respeito, da coletividade, da colaboração, da fraternidade, da autoria compartilhada, da transparência, da participação, da inovação, do fortalecimento da instituição que represento pela valorização da sua governança e principalmente das pessoas que a constroem.

Só assim, penso, será possível construir ação partidária respeitável, relevante, consistente -  porque promove a sociedade, protagonista da política, e os partidos se põem no lugar de servidor a esta mesma sociedade - da qual são parte e não o todo.

Pregar democracia, transparência, participação e não praticá-las é tomar veneno.

Ou temos novas práticas ou nos condenaremos a repetir discursos vencidos e seremos descartados pela sociedade - que tem pressa, tamanha a gravidade de suas necessidades e a fragilidade da nossas instituições.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Democracia e representatividade: por que a anistia aos partidos políticos é um retrocesso

Tramita a passos largos na Câmara dos Deputados, e só não foi provado hoje (2/maio) porque teve pedido de vistas, a PEC que prevê anistia aos partidos políticos por propaganda abusiva e irregularidades na distribuição do fundo eleitoral para mulheres e negros. E na ânsia pelo perdão do não cumprimento da lei, abraçam-se direita e esquerda, conservadores e progressistas. No Brasil, ainda que mulheres sejam mais que 52% da população, a sub-representação feminina na política institucional é a regra. São apenas 77 deputadas entre os 513 parlamentares (cerca de 15%). E no Senado, as mulheres ocupam apenas 13 das 81 cadeiras, correspondendo a 16% de representação. Levantamentos realizados pela Gênero e Número dão conta que apenas 12,6% das cadeiras nos executivos estaduais são ocupadas por mulheres. E nas assembleias legislativas e distrital esse percentual é de 16,4%. Quando avançamos para o recorte de raça, embora tenhamos percentual de eleitos um pouco mais elevado no nível federal, a ime

Bereshit → Rosh = Cabeça!

Bereshit é a primeira palavra da Bíblia. Moises não escreveu Gênesis - ele não conhecia esta palavra. Ele escreveu Bereshit. Gênesis foi a tradução dada pela septuaginta (tradução grega da Bíblia), de onde vieram os nomes dos livros do chamado Pentateuco. Os 5 livros de Moises são conhecidos em Hebraico como os 5 quintos ,ou seja 1 inteiro. Cada um dos livros sugere uma parte de um todo e Bereshit a primeira delas. O nome dos livros da Bíblia em Hebraico é o nome da primeira palavra, por isso o nome de Gênesis que significa No principio. A raiz da palavra Bereshit é palavra Rosh que significa Cabeça! A primeira palavra da Bíblia - No Cabeca marca o principio de Deus. Para o homem o principio é o coração, para Deus é a cabeça, e Cristo é o cabeça da nova criação, e nós temos a mente de Cristo! A primeira palavra da Bíblia já fala de Cristo, o cabeça! Col.1:17-18 revela que Paulo sabia de tudo isso. Ele é antes de todas as coisas, Nele tudo subsiste, Ele é a cabeça do corp

De longe somos mais interessantes (?)

"A distância iguala tudo".  É quando se está perto que as diferenças e desigualdades se tornam visíveis e passam a incomodar e ai, ou nos empurram para longe outra vez, ou nos movem para  a construção coletiva rumo a um novo caminho. A frase de abertura desse artigo foi capturada de um filme, o documentário "Lixo Extraordinário" e ela é dita por Vik Muniz. Desde que a ouvi, tenho tentado não esquecê-la, mas permitir que o incômodo que ela me provoca, se reproduza num processo de transformação interior frente ao que há dentro dela, segundo o meu ponto de vista. É engraçado que nós sabemos que nos é impossível uma vida plenamente saudável (física, emocional e espiritual) se escolhemos o caminho do isolamento ou como queremos crer, do distanciamento.  À distância vemos uma rosa, não seu espinho;  À distância vemos um rio, não o seu odor; À distância vemos um lixão, não a degradação que o habita; À distância vemos o nosso Congresso Nacional, não o