Fui ao escritório conferir se determinado serviço já estava pronto, já que o profissional não me respondia.
"A senhora terá que esperar mais ou menos uma hora para que eu termine a parte de hoje."
Ok. Fome. Ali na 215 norte tem umas comidinhas bacanas.
Dilema.
Ou enlouqueço de vez e enfrento a passagem subterrânea ou enlouqueço e atravesso o Eixo Rodoviário.
Eu estava na 314 norte e o mapa me dizia que apenas 1,2 km me separavam até a comida desejada, em 14 minutos de caminhada.
Eixo ou passagem subterrânea, que uso com frequência (até 18h), que doidice farei?
Atravesso o Eixinho.
Olho para um lado. Olho para o outro. Ando uns 200 m na direção norte, pelo canteiro.
Desisto. Não sou capaz de enfrentar as máquinas exibindo seus tanques abastecidos.
Melhor deixar para frequentar o Eixão amanhã, quando estiver fechado para os carros e aberto para as pernas, das gentes circulantes.
Brasília é linda.
Apesar de chamarem a cidade de careta e chata, ela é sensacional. E sim, uma cidade absolutamente restritiva, excludente, carro-dependente e como toda cidade brasileira, repulsiva à livre circulação, especialmente da mulher.
De repente me vejo no meio do Eixo Rodoviário Norte, lindo e aconchegante aos domingos e amedrontador às 19h45 da noite.
Vazios quebrados apenas por carros velozmente conduzidos, como se a potência do motor definisse a potência da existência na cidade.
Passos atrás.
Melhor ficar do lado de cá.
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