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O ciclo da semeadura à colheita

A decisão de plantar, a terra e o seu preparo, a semente - que de outra sementeira necessariamente já veio, o plantio e todos os seus cuidados, a colheita. Nenhuma dessas etapas é mais importante que a outra e não há colheita que hoje você faça sem que outro não tenha semeado, sem que alguém não tenha acreditado no poder da semente e a regado, e a protegido dos predadores. Próxima colheita também não haverá sem que hoje alguém cumpra essas etapas com a certeza da incompletude de cada uma delas, tanto quanto necessárias e imprescindíveis. 

Há, porém, algo comum a todas estas etapas para que a colheita exista: o serviço, o poderoso maestro do ciclo da semeadura à colheita.

A vida é assim: um eterno ciclo de serviço, perfeitamente concatenado e, talvez o grande mistério da existência seja  enxergá-lo, admiti-lo, a ele entregar-se e perceber-se nele apenas parte, o que é profundamente glorioso.

Tornar-se consciente de ser parte de um sistema dinâmico, orgânico e entregar-se - no que é e faz - para que ele seja equilibrado, talvez resida aí o nosso grande e mais valioso passo evolutivo, a chave que nos resgate a humanidade.

Quando as celebrações e o alvoroço pelas novas oportunidades que o novo ciclo iniciado nos demandaram começam a se aquietar - dentro de nós, é bom darmos lugar especial na nossa memória ao ciclo da semeadura à colheita, sabedores de que todas as etapas e o que nelas nos couber são importantes, necessárias e grandiosas.

Escolher a semente, preparar a terra, semear, regar, colher. Em cada etapa um poderoso desafio que nos pede consciência de missão - que consiste em assumi-la e reconhecer a missão do outro que nos proporcionou a honra desse servir. A paz e a saúde emocional que permitirá a colheita depende disso.

Fica o convite para nos lembrarmos de John Donne e o célebre recorte de sua poesia, quando nos chamou a pensar que "nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente, uma parte de um todo".

Ao que você dedicará os seus dias? Perceba que, da mais simples e desprezada tarefa à mais pomposa que todos percebem, esta última só é possível porque aquela outra e todas que dela emanam foram bem executadas. Assim, a cada colheita lembre-se do ciclo do serviço, dobre sua arrogância e reconheça o poder do ciclo e todas as pessoas que o fizeram e sem as quais você nada colheria.
"Logo ao nascer do dia semeia a tua semente e à tarde não repouses a mão, pois não sabes qual das tuas obras vai prosperar, se esta ou aquela, ou ambas serão boas". 
Façamos o melhor que pudermos a partir do melhor que pudermos ser no ciclo de serviço da semeadura à colheita e ela será bendita.

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