Eu e você, nós que enchemos o peito nos achando bons ao nos declararmos cristãos (e já estamos errados nisso): a cultura do ódio, o desejo insano por vingança - no fazer justiça com as próprias mãos, o apontar os bandidos como seres a serem extirpados da sociedade, a ausência de misericórdia, a indisposição para andar com os de má fama para não prejudicar a nossa reputação, a intolerância, a incompreensão de sociedade como um organismo de existência sistêmica, a relutância em confrontar culturas segregadoras, bom acho bom a gente voltar para a Escola Bíblica, porque se há uma coisa na qual todos os segmentos cristãos e, em especial os evangélicos - minha origem de fé - convergem, a despeito das incontáveis divergências que possuem, é que o LIVRO TRAZ A REVELAÇÃO DO CRISTO.
Então, que tal voltarmos ao exame da Escritura Sagrada para tentarmos nos reencontrar com o Cristo que nela se revela em amor? Quem sabe, assim, resgatemos a consciência de que na ausência disso está significativa razão dos nossos erros!
- Nos perdemos ao fecharmos olhos à luz, que não é a nossa própria justiça, mas a dEle.
- Nos perdemos ao esquecermos que a Graça que nos alcançou, assim se fez não por merecimento, nunca o tivemos, e quando nos deixamos ser por ela abraçados não nos tornamos elevados e distintos dos demais, mas seus servos.
- Nos perdemos ao considerarmos que o tempero do mundo, expresso na metáfora do sal da terra, se dá pela imposição de nossos valores e ritos religiosos na estrutura de poder estatal e no modo como se organiza a sociedade, quando na verdade os ritos, o Cristo abomina e, quanto aos valores não devem ser impostos, se os exprimirmos no cotidiano em um lento, profundo, poderoso e silencioso processo que nos atine a uma nova prática de vida a partir de relações humanas, cuja base é o amor e o caminho é o serviço - teremos posto os pés no caminho estreito que leva à plenitude.
Voltemos, pois, à Escritura, com a mesma sede que um dia nos deu força para superar o deserto da incredulidade absoluta.
Voltemos à Escritura com o sincero desejo de acreditar novamente que Ela é poder para transformação de quem nela crê e assim, quem sabe, o Espírito que age sobre a Palavra e a faz Viva e eficaz, mais penetrante que a espada de dois gumes, produza em nós, outra vez, o claro discernimento do que é a nossa alma corrupta ditando nossas falas e comportamentos e o que é a mente do Cristo, a nós proposta no novo nascimento, para que optemos pelo Cristo, sua generosa graça e amor transcendental e sejamos dele, imagem e semelhança com o nosso semelhante - em palavras, atitudes e sentimentos, hoje e agora.
Lembremos que a Escritura diz que o Deus olhou dos céus à Terra e nela não encontrou justo, nenhum um sequer. Estamos nós, eu e você, nessa conta.
Lembremos que a Escritura diz que o Cristo nos alerta que se a nossa conduta não for mais correta do que a dos fariseus, nós não preencheremos nem o requisito básico para entrar no Reino de Deus.
Lembremos que a Escritura nos diz para simplesmente amarmos e que esta, e somente esta, é a vitória que vence o mundo, a fé, cuja expressão é o AMOR.
Acreditar é um ato, de amor.
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