Pular para o conteúdo principal

Sobre acesso à internet e essas coisas

Gosto muito do mundo digital (nem precisava dizer, ne). Mas, atenção miguinhos ... dá para percebermos que o Brasil ainda precisa fazer um esforço absurdo para se considerar conectado?
Pessoas,
- não vamos olhar o país a partir da nossa condição. Ok?

Pessoas de Brasília .... ‪#‎PELAMORDEGOD‬, isso aqui é uma ilha da fantasia, tá?
Tá reclamando de uma pá de coisas ruins e que estão mesmo (ruins)...mas neguim...que tal pegar umas folgas e deixar de lado as praias badaladas pra conhecer o outro Brasil!!!!??? Claro, as praias badaladas (ou não) nos fazem muito bem....só não podemos achar que a vida é só aquilo (in) felizmente.
Esclarecido isso...
- Não é porque na média e grande cidade tem uma "universidade" em cada esquina em razão desse lucrativo negócio, que todo brasileiro tenha acesso à formação "superior". Ceilândia, amiguinhos, por exemplo, a maior cidade do DF (com seus quase 600 mil habitantes), uma das mais ricas culturalmente no quadradinho, tem SÓ 6% de sua população com esse nível de formação...não vou nem entrar no mérito da qualidade (e aí, até retiro a Cei pra não dizer que se aplica a ela especificamente, tem uns bródis de cidades "mais desenvolvidas" que mano do céu....próximo ponto, por favor...).
- O Brasil, camaradas, apesar de viver pendurado no Facebook (óia noóis) é o 7º pior no acesso à grande rede (internet) ... miguinhos .... não parece, ne, mas temos 98 milhões de criaturas humanas nesse país que ainda estão OFFLINE (não sei se é bom ou ruim kkkk brincadeira)....como diz o documento a esse respeito publicado recentemente .... "A internet continua indisponível, inacessível e fora do alcance econômico para a maioria da população mundial".
Sabe o que isso significa?
De um lado: oportunidade.
Em outra ponta: uma gama gigante de pessoas fora de possibilidades de acesso a informação e, portanto, de processos decisórios nas mais diversas dimensões; uma gama gigante de pessoas à mercê do mass media tradicional (na mão de meia dúzia de dois) que rege destinos e estabelece prioridades; e por aí vai.
Noutra ponta: perdemos muitas possibilidades da interação, "aproximação" e "integração" das pessoas, suas cabeças, suas ideias, sentimentos (e puts...como os sentimentos dão velocidade à internet), capacidade criativa (e pode colocar no saco os contrários disso, também, faz parte); isolamos pessoas; engessamos processos inovadores de desenvolvimento; engessamos os processos de cidadania, democracia, etc, etc, etc ....
Para não me delongar ainda mais....
... bora colocar a mufa pra funcionar?

A internet é tipo o café da manhã: tem que ser reforçado e não dá pra ficar sem, mas tem muita gente que não toma nunca (o mais triste dos motivos porque não tem acesso, não pode). Consideremos, porém, que os outros processos de comunicação, miguinhos, não podem ser descartados só porque todos as pessoas com as quais convivemos ficam enfiadas na telinha, muito ao contrário, nós temos batalhas louconas...ao mesmo tempo em que precisamos promover o acesso, precisamos também ajudar as pessoas a se qualificarem para esse acesso. Aliás, camaradas, QUALIFICAÇÃO, eita coisinha que JAMAIS pode ser posta em segundo plano...nunca, nunquinha, em nadica de nada.
De modo que, se queremos que boas ideias, bons valores, bons princípios cheguem às pessoas provocando-as às coisas mais lindas que um ser humano pode fazer ... PENSAR, ANALISAR, CRITICAR, PROPOR e CONSTRUIR, APRECIAR, VALORIZAR, COMPARTILHAR (mas ou menos nessa lógica), as pessoas precisam ter ACESSO e isso valerá a pena se elas puderem se qualificar antes ou em paralelo.
Enfim....

Agora imagina o rebu que o acesso fará nas nossas estruturas políticas e socais?
Democratizar a democracia passa por acesso à informação.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Democracia e representatividade: por que a anistia aos partidos políticos é um retrocesso

Tramita a passos largos na Câmara dos Deputados, e só não foi provado hoje (2/maio) porque teve pedido de vistas, a PEC que prevê anistia aos partidos políticos por propaganda abusiva e irregularidades na distribuição do fundo eleitoral para mulheres e negros. E na ânsia pelo perdão do não cumprimento da lei, abraçam-se direita e esquerda, conservadores e progressistas. No Brasil, ainda que mulheres sejam mais que 52% da população, a sub-representação feminina na política institucional é a regra. São apenas 77 deputadas entre os 513 parlamentares (cerca de 15%). E no Senado, as mulheres ocupam apenas 13 das 81 cadeiras, correspondendo a 16% de representação. Levantamentos realizados pela Gênero e Número dão conta que apenas 12,6% das cadeiras nos executivos estaduais são ocupadas por mulheres. E nas assembleias legislativas e distrital esse percentual é de 16,4%. Quando avançamos para o recorte de raça, embora tenhamos percentual de eleitos um pouco mais elevado no nível federal, a ime...

Narrativas. Vida. Caos. Desesperança.

  Quando eu era pastora repetia com muita frequência, aos membros da igreja, sobre a necessidade de submeterem o que ouviam de mim ao crivo do Evangelho, aprendi isso com o bispo Douglas e com o Paulo, o apóstolo rabugento (e por vezes preconceituoso), mas também zeloso com a missão cristã assumida. Outra coisa que eu repetia era que as pessoas só conseguiriam se desenvolver se exercitassem a capacidade de pensar. Nunca acreditei num Deus que aprecia obediência cega, seres incapazes de fazer perguntas. E cada vez mais falo a Deus que se ele não conseguir se relacionar com as minhas dúvidas, meus questionamentos, as tensões do meus dilemas e mesmo cada um dos incontáveis momentos em que duvido até dele, então ele não é Deus. Será apenas um pequeno fantasma das minhas invencionices mentais, portanto, irreal. E por que isso aqui da gaveta das minhas convicções e incertezas? Assim? A nossa História é basicamente um amontoado de narrativas. Ora elas nos embalam na noite escura e fria. O...

Reforma?

Daqui 11 dias celebraremos 505 anos da reforma protestante.  Naquele 31 de outubro de 1517 dava-se início ao movimento reformista, que dentre seus legados está a separação de Estado e Igreja. É legado da reforma também o ensino sobre o sacerdócio de todos os santos, na busca por resgatar alguns princípios basilares da fé cristã, que se tinham perdido na promíscua relação do poder religioso com o poder político. E, co mo basicamente todo movimento humano de ruptura, a reforma tem muitas motivações e violência de natureza variada. No fim, sim, a reforma tem sido muito positiva social, política, economicamente e nos conferiu uma necessária liberdade de culto.  Mas, nós cristãos protestantes/evangélicos, teremos o que celebrar dia 31?  Restará em nossas memórias algum registro dos legados da reforma? Quando a igreja coloca de lado seu papel de comunidade de fé, que acolhe e cura pessoas e passa a disputar o poder temporal, misturar-se à autoridade institucional da política, e...