Não tem mais como fugir.
Não dá mais para tapar o sol com a peneira.
É fato, a questão ambiental precisa ocupar a centralidade das discussões das politicas públicas - educação, saúde, ordenamento territorial, emprego e renda, economia local, regional, nacional e global. Enfim, tudo. Porém, tal qual quando falamos das ditas pautas sociais, o ambiente sofre o mesmo mal, a comunicação dos processos de educação ambiental, é um "tecniquês" que assombra e coloca para longe justamente aqueles a quem primeiro se deveria alcançar.
Data de 1998 o trecho que copio, do Prof. Marcos Sorrentino - em 'Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências' - chamando a atenção para a "necessidade de se articularem ações de educação ambiental baseadas nos conceitos de ética e sustentabilidade, identidade cultural e diversidade, mobilização e participação e práticas interdisciplinares."
Não faz tanto tempo assim! Será?
Essa necessidade vem de conclusões "tiradas" na Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizada 1977 (eu nem tinha nascido), nos Estados Unidos.
E o tempo passou e o caos previsto e os gritos apocalípticos alardeados, cá estão, à porta de todos nós. Ou melhor, já apropriados das nossas casas. E, de novo os fatos estão obrigando as escolas formais e os donos do conhecimento a reverem seus parâmetros. Pelo menos isso. Pena que o preço seja tão alto.
Quanta vida se pouparia; quantos recursos seriam melhor utilizados; que outra vida nas cidades e também no campo teríamos, se a educação ambiental fosse mais próxima da realidade, do cotidiano.
Uma comunidade consciente do ambiente como um todo que a si mesmo completa, de suas delicadezas e força em opções para o desenvolvimento sustentável, de sua capacidade de prover a qualidade de vida que almejamos, agiria, certamente, numa outra relação com o planeta, suas riquezas, seus seres e, quem sabe, o nosso desespero com a vida que precisamos ter e o planeta já quase não consegue nos dar, fosse adiado. Eliminado?
Menos formalismo. Mais realismo. O planeta pede socorro.
O mesmo se aplica a todo o processo de construção de políticas públicas.
Costumeiramente adotamos a tática da culpabilização da sociedade. Mas..
"A postura de dependência e de desresponsabilização da população decorre principalmente da desinformação, da falta de consciência ambiental e de um déficit de práticas comunitárias baseadas na participação e no envolvimento dos cidadãos, que proponham uma nova cultura de direitos baseada na motivação e na co-participação da gestão ambiental."
Comentários
Postar um comentário