Gosto muito de uma citação que diz: "um texto fora do contexto é somente um pretexto".
O contexto dessa citação, quando a ouvia, era sempre o utilizar de trechos bíblicos sem compreensão do tempo histórico, geográfico e muitos outros elementos importantes, que sendo postos de lado dão outro significado ao texto lido, transformando-os em justificativas para as mais terríveis interpretações, pretextos ao bel prazer de quem domina o texto para manipular os incautos.
Em tempos de eleições, não sei porque razão, a gente (a gente eu, né) fica guardando aquela expectativa de que o processo seja inteligente, contextualizado, valorizando proposta e portanto, educativo, pela promoção civilizatória do povo. Mas, como se diz na internet, logo você é obrigado a usar o #SQN (só que não).
Isso é tão triste.
É tão triste que os programas de TV, rádio, o panfletário e a internet sejam palco quase exclusivo, apenas de processos e procedimentos difamatórios e que isso seja capitaneado por aqueles que estão se propondo aos serviços executivos do país.
É tão triste que pessoas altamente graduadas, de longa inserção em ações sociais se deem a tamanho desserviço à nação, propagar textos e vídeos de chamadas manipuladas e manipuláveis, num contexto, sabidamente, de que boa parte das pessoas não lerão o texto ou verão o vídeo e aí, apenas replicarão um conceito mentiroso.
É um processo baixo no qual se perde a oportunidade de aproximar o brasileiro da educação cívica e do real exercício da cidadania. E como perde o país com isso!
É um processo sujo no qual fica claro que, ou estamos diante de um quadro em que os tais altamente graduados são verdadeiros tolos letrados e sem capacidade de construção crítica, ou são mentirosos e hipócritas ao dizerem que dão a vida pela formação cidadã do seu povo e agora, devotarem unicamente forças ao exercício contrário disso ou, são mesmo é parasitários se servindo do Estado e por isso, sob ameaça de fim a tal barganha, mergulham na lama da difamação mais absurda só para dar continuidade ao sistema que os alimenta e que se dane o Brasil. Muito patriótico isso e quando se tratar de cristãos, nisso, acrescento: muito cristão, isso!
É, portanto, um processo absolutamente nojento valer-se de trechos de falas para pregar o que não foi dito; é nojento manipular quando se é um educador; é nojento esvaziar o processo educativo quando se tem capacidade e condições de despertar a cidadania; é nojento chamar, sem usar essa palavra, o povo brasileiro de burro; é nojento vestir-se de promotor da justiça e ter atitudes que escravizam "as plateias" desse discurso ou ações de assistência social à replicação de uma retórica perversa de mentiras, quando se devia estimular essas pessoas à independência.
A divergência, as variadas construções políticas e de opinião são muito saudáveis. O debate faz muito bem. Mas, não é isso que temos à mesa hoje, no café, no almoço e tão pouco no jantar. O que está posto à mesa, e pasmem, por educadores, "formadores de opinião, cristãos, "homens e mulheres de bem", guerreiros da pátria mãe gentil - grande parte das vezes - não se serve a porcos. Talvez apenas abutres queiram se servir disso.
É baixo. É sujo. É nojento.
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