Nunca, em tempo algum, um processo de transformação social ou uma revolução aconteceram sob uma única força gigante.
Essas coisas nascem de loucos distribuídos e inspirando pequenos grupos próximos ou nem tanto assim ( grupos que por vezes sequer sabem da existência um do outro), até que o inusitado das conexões acontece e os pequenos se fazem reconhecidos no resultado de um grande impacto social, histórico e por aí vai.
A era digital, inegável na sua força, poder e significado, está nos permitindo - sob a dinâmica de um clique, o deslizar de uma tela a outra - a possibilidade de acesso ao mundo, em toda a sua complexidade e espetáculo - do horrendo à mais singela humanidade.
A Revista Harvard Business Review (Brasil) em sua edição de setembro (2014) traz um artigo muito bacana. Sob o título de 'Compartilhar não é só para startups', Rachel Botsman da Collaborative Lab e coautora de 'What's Mine Is Yours: The Rise of Collaborative Consumption', discorre sobre como grandes empresas, do porte da Marriott e General Eletric, tem aberto os olhos para uma nova realidade que ganha forças mundo afora, a colaboração - de espaços e ideias (e outras riquezas) e estão lançando mão disso como estratégia para desenvolvimento de produtos, aperfeiçoamento de processos gerenciais enfim, aplicação de novas maneiras de fazer negócios.
Sim, talvez (e fazendo juízo) ainda impere o velho espírito capitalista do lucro e de descobrir, simplesmente, uma nova maneira de fazer as pessoas consumirem, consumirem e consumirem sem pensar, dando lucro, lucro e lucro aos grupos dessas empresas. Talvez. É bem possível que seja só isso.
Agora, é bem real, também, que uma nova maneira de ver o mundo, de experimentá-lo, de vivê-lo, digamos assim, já se consolida, desde cidades com impecável infraestrutura urbana e livre disposição aos seus moradores, de todos os recursos necessários a uma vida decente e sem maiores preocupações, até lugares inóspitos, onde não haveria espaço para o mais simplório dos sonhos, ao custo de se perder com ele a única energia disponível ao indivíduo, o respirar do dia, num esforço sobre-humano.
Essa nova maneira de ver o mundo tem por base o espírito colaborativo. Talvez, depois de tantos séculos, muitas frustrações, mentiras feitas verdades, dores e muito sangue inutilmente derramado, finalmente estejamos conseguindo começar a compreender a célebre frase de John Donne quando disse que "nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente, uma parte de um todo..." Talvez estejamos percebendo que o culto ao individualismo celebrado na academia, nos nichos empresariais e ícones de grandes homens de negócios, nas construções religiosas a se mostrarem com estupenda força no apagar das luzes do século passado, até os guetos de miséria onde você vence sozinho e se torna referencial, tem uma capacidade finita e vejamos agora, que o homem só é homem - no significado magnífico da sua constituição de inteligência emocional, demonstração de forças intelectuais, capacidades extraordinárias para a bondade e outras coisas, quando se admite, antes de tudo isso, um ser comunitário e que depende, necessariamente, da experiência cotidiana colaborativa.
É daí, da colaboração, que o homem se refaz, reconstrói, renova, aperfeiçoa e se perpetua.
No ser individualista, a humanidade se faz rapidamente finita. Na colaboração, entretanto, se multiplica.
Hoje, olhando para os pequenos focos de revolução espalhados no que tem sido denominado de meia dúzia de loucos e inconsequentes "sonháticos", talvez o mundo normal ainda centrado no individualismo, veja apenas o inusitado, o desperdício de energia em um sonho imponderável.
Eu que não sou ninguém sozinha, pulso de modo especial, pelo privilégio e na convicção de que estamos sendo - todos os que se permitirem - tochas na escuridão do novo século, incendiados e incendiando grupos aqui, ali, acolá para a consciência de que o espírito colaborativo nos reconduzirá à nossa humanidade e que os que vierem depois de nós, terão oportunidade de usufruir do prazer da generosidade, um dos mais belos atributos da nossa constituição humana, para darem seguimento a uma vida harmoniosa e cada vez mais justa por aqui, na terra brasilis e nos quatro cantos desse cisco de incrível planeta.
Que a força do inusitado e imponderável nos surpreenda!
Essas coisas nascem de loucos distribuídos e inspirando pequenos grupos próximos ou nem tanto assim ( grupos que por vezes sequer sabem da existência um do outro), até que o inusitado das conexões acontece e os pequenos se fazem reconhecidos no resultado de um grande impacto social, histórico e por aí vai.
A era digital, inegável na sua força, poder e significado, está nos permitindo - sob a dinâmica de um clique, o deslizar de uma tela a outra - a possibilidade de acesso ao mundo, em toda a sua complexidade e espetáculo - do horrendo à mais singela humanidade.
A Revista Harvard Business Review (Brasil) em sua edição de setembro (2014) traz um artigo muito bacana. Sob o título de 'Compartilhar não é só para startups', Rachel Botsman da Collaborative Lab e coautora de 'What's Mine Is Yours: The Rise of Collaborative Consumption', discorre sobre como grandes empresas, do porte da Marriott e General Eletric, tem aberto os olhos para uma nova realidade que ganha forças mundo afora, a colaboração - de espaços e ideias (e outras riquezas) e estão lançando mão disso como estratégia para desenvolvimento de produtos, aperfeiçoamento de processos gerenciais enfim, aplicação de novas maneiras de fazer negócios.
Sim, talvez (e fazendo juízo) ainda impere o velho espírito capitalista do lucro e de descobrir, simplesmente, uma nova maneira de fazer as pessoas consumirem, consumirem e consumirem sem pensar, dando lucro, lucro e lucro aos grupos dessas empresas. Talvez. É bem possível que seja só isso.
Agora, é bem real, também, que uma nova maneira de ver o mundo, de experimentá-lo, de vivê-lo, digamos assim, já se consolida, desde cidades com impecável infraestrutura urbana e livre disposição aos seus moradores, de todos os recursos necessários a uma vida decente e sem maiores preocupações, até lugares inóspitos, onde não haveria espaço para o mais simplório dos sonhos, ao custo de se perder com ele a única energia disponível ao indivíduo, o respirar do dia, num esforço sobre-humano.
Essa nova maneira de ver o mundo tem por base o espírito colaborativo. Talvez, depois de tantos séculos, muitas frustrações, mentiras feitas verdades, dores e muito sangue inutilmente derramado, finalmente estejamos conseguindo começar a compreender a célebre frase de John Donne quando disse que "nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente, uma parte de um todo..." Talvez estejamos percebendo que o culto ao individualismo celebrado na academia, nos nichos empresariais e ícones de grandes homens de negócios, nas construções religiosas a se mostrarem com estupenda força no apagar das luzes do século passado, até os guetos de miséria onde você vence sozinho e se torna referencial, tem uma capacidade finita e vejamos agora, que o homem só é homem - no significado magnífico da sua constituição de inteligência emocional, demonstração de forças intelectuais, capacidades extraordinárias para a bondade e outras coisas, quando se admite, antes de tudo isso, um ser comunitário e que depende, necessariamente, da experiência cotidiana colaborativa.
É daí, da colaboração, que o homem se refaz, reconstrói, renova, aperfeiçoa e se perpetua.
No ser individualista, a humanidade se faz rapidamente finita. Na colaboração, entretanto, se multiplica.
Hoje, olhando para os pequenos focos de revolução espalhados no que tem sido denominado de meia dúzia de loucos e inconsequentes "sonháticos", talvez o mundo normal ainda centrado no individualismo, veja apenas o inusitado, o desperdício de energia em um sonho imponderável.
Eu que não sou ninguém sozinha, pulso de modo especial, pelo privilégio e na convicção de que estamos sendo - todos os que se permitirem - tochas na escuridão do novo século, incendiados e incendiando grupos aqui, ali, acolá para a consciência de que o espírito colaborativo nos reconduzirá à nossa humanidade e que os que vierem depois de nós, terão oportunidade de usufruir do prazer da generosidade, um dos mais belos atributos da nossa constituição humana, para darem seguimento a uma vida harmoniosa e cada vez mais justa por aqui, na terra brasilis e nos quatro cantos desse cisco de incrível planeta.
Que a força do inusitado e imponderável nos surpreenda!
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