No nosso submundo evangélico (e não em contexto de desprezo, mas falando de conjunto de um todo maior), é muito comum a menção à restauração. Em tempos de Teologia da Prosperidade, então, tudo se resume à "restauração da sua vida financeira para que Deus seja visto e honrado no que você tem".
Bom, nem vou continuar nesse viés porque não é o objetivo por agora. O fato é que muito facilmente podemos identificar a necessidade e mais, nos prontificar - quase instantaneamente - a pensar e buscar a restauração física, mental, etc. Mas, e que olhar temos conseguido devotar à necessidade de pensarmos com muita urgência, dentro das nossas comunidades de fé, a restauração da criação?
Nós, evangélicos, somos muito rápidos em apontar o dedo, acusar, condenar. Somos a réplica comportamental perfeita daqueles brothers da Sinagoga, nos tempos de Jesus, os fariseus. E na mesma medida com julgamos e condenamos as pessoas, temos nos tornado condenáveis desde muito tempo, via o nosso irresponsável comportamento e completo desprezo a uma das primeiras orientações que nos deu o Deus no qual dizemos crer e a quem dizemos cultuar. Simplesmente, movidos pela sanha de o fazermos visto no que temos (acho que só trocamos uma palavra, ne, deveria ser somos), não temos nenhum interesse por perceber e depois disso conhecer, a natureza que nos foi dada a cuidar, além de nos servirmos dela (não para a destruir, mas como elemento primordial a nossa existência, oras).
De boca cheia dizemos que a nossa pátria é o céu. Será mesmo? E aí, agimos como aquele jovem irresponsável que diz "ah, só tenho uma vida mesmo, vou é me esbaldar e amanhã, bem, seja o que Deus quiser".
Como assim?
Só acho, e faço questão de frisar a minha insignificância, que é completamente vazio, hipócrita, inoperante e um absurdo o nosso louvor de exaltação ao Deus Criador dos céus e da terra se nas nossas ações diárias desprezamos a Terra, a feitura das mãos dEle, em seres das mais variadas formas e contextos e claro, no nosso universo particular - embora não desconectado, as pessoas.
Cara, na boa...que diacho de prosperidade é essa que por ela nós fazemos campanhas e campanhas de jejuns, tolos sacrifícios inimagináveis, doações homéricas e não conseguimos acordar para o que originalmente nos foi dado? E aí, por aquilo que o nosso espúrio desejo de ter se pauta, nós nos permitimos a tudo.
É claro que todos somos sujeitos ao engodo da cortina de fumaça que nos rouba percepções e muitas vezes nos transforma no que nunca fomos, Digo, em coisas que nunca tiveram base na nossa essência. Mas ai, chega uma hora em que a gente precisa colocar a mão na consciência.
Cara, olha do lado. Pelo amor de Deus, sai da caixinha.
Será mesmo que essa vida egoísta, esse insano comportamento por ter, ter e ter e que se dane quem não tem, essa atitude de massacre sobre a natureza, essa indisposição de pensar ... puts, o que disso tem a ver com Deus, com a Bíblia - o nosso livro sagrado? O que de amor há nisso, nosso supremo mandamento?
Penso que esse deva ser um assunto a fazer parte do nosso culto, sim, das nossas celebrações. E se é que posso...ora, posso, o mural é meu kkkk compartilho pequeno trecho da Revista Ultimato, edição 438 - maio/junho 2014, que em sua matéria de capa nos convida a pensar sobre 'A diversidade da restauração" e o deixo aqui para que pensemos juntos a necessidade de uma revisão de comportamento. E o que isso tem a ver com a teologia da prosperidade? Bem...ela é uma porcaria, só isso! Brincadeira. Ela é, em muito, responsável por nos fazer irresponsáveis com o nosso mundo e com a nossa sociedade (ela e outras coisitas más)...só isso!
"A restauração da criação
É muito importante a restauração da criação como ela era originalmente, antes da poluição provocada pela ignorância e irresponsabilidade do habitante do planeta. Há centenas de anos e especialmente nas últimas décadas, a ganância, o egoísmo, a competição, o consumismo e a loucura do ser humano têm causado danos enormes e irreparáveis à natureza. Temos colocado lixo nas profundezas dos oceanos e na órbita da Terra. A Bíblia chama isso de corrupção. Ao mesmo tempo, ela fornece a esperança de que, no fim, a criação será libertada, ou resgatada, ou emancipada, ou restaurada do cativeiro, ou da tirania, ou da escravidão dessa corrupção. Os cristãos esperam essa graça com “dores de parto”, isto é, ansiosamente ou com impaciência (Rm 8.18-25). O Deus que criou tem poder para recriar. O mínimo que se pode dizer é que ele estenderá outra vez a camada de ozônio. Despoluirá rios, lagos, mares, praias e oceanos. Replantará a flora e recriará a fauna. Como resultado, os céus e a terra serão refeitos, como lembra o apóstolo Pedro (2Pe 3.13). O incrível é que essa restauração ecológica, ou cósmica, será feita “para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.21)!": (http://goo.gl/2GdaW1)
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