Interessante é, como a todo instante que nos deparamos com a questão Deus e a nossa relação com Ele, a primeira reação é colocá-Lo distante, um ser incomunicável, frio e que assim deseja se manter frente a nós, numa incompreensível relação de autoritarismo, em que ele fala e não entendemos, e tudo bem. Mas, o estado crítico disso tudo, é que a bem da verdade, a verdade não é essa. Ele sente falta de conversar intimamente conosco, do rico diálogo que no Éden, Ele tinha conosco - todos os dias, e por isso, Ele nos deixou Bíblia, para que aquela capacidade de diálogo, perdida no pecado, seja restabelecida.
Ora, Deus não nos quer em apatia e concordância tácita do que nos rodeia. Muito ao contrário, o desejo e sonho dEle é que exerçamos a soberania da inteligência que Ele colocou em nós. E que ou outra maneira há, de se começar esse processo, se não através do questionamento?
Sim, é isso mesmo, Deus nos quer semelhantes a crianças: tagarelas, curiosas, que querem saber o porquê de tudo. Ele fica extremamente orgulhoso quando isso nos ocorre, pois todas as vezes que o fazemos, damos um passo na direção dEle. Isso é uma habilidade que precisa ser desenvolvida, porque está perdida dentro de nós e a chave que abre essa porta, dentro da qual há direções para isso, se chama Bíblia Sagrada. É preciso lê-la, estudá-la, detalhá-la e perguntar sobre absolutamente tudo o que lá encontrarmos. Tudo.
O charme do Éden, digamos assim, não eram as belezas naturais, mas a harmonia perfeita que se sustentava ali, pela perfeição do relacionamento do homem com Deus, alimentado pelo diálogo diário entre eles.
Perdeu-se o diálogo.
Perdeu-se a harmonia.
Perdeu-se o acesso ao Caminho do Paraíso.
Perdeu-se o homem na sua humanidade.
Daí, a nossa óbvia e tão difícil necessidade de conhecer a Bíblia.
É a Bíblia que nos aproximará outra vez de Deus e nos dará de volta a capacidade de ouvi-Lo, compreendê-Lo e com Ele dialogar. Ela é Cristo entre nós. Ou seja, a Bíblia é o que nos permitirá enxergar o Éden outra vez e a partir desse diálogo resgatado, é o que nos poderá conduzir à harmonia plena que ali estava presente, uma vez que o caos que nos rodeia nas relações humanas e nas relações do homem com o seu mundo, tem sua origem na nossa incapacidade de reconhecer a Voz que aponta o caminho, e não a tendo, resta ao homem escolher a sua própria maneira de viver e esta é autodestruidora.
Desconhecer a Bíblia, para não ser totalmente radical, nos leva a conversas limitadas com Deus, nos trava a anos luz da amplitude de conhecimento que poderíamos ter, acerca dEle, pois nela Ele se dá a conhecer.
Há um mundo de possibilidades a serem restabelecidas - a conversa, o autoconhecimento, o conhecimento dEle, o cultivo do respeito, a reordenação da justiça do reino no meio de nós, o realinhamento da vida em harmonia, tipificada no Éden, o jardim em que todos cooperam com todos pelo bem comum. Entretanto, qualquer caminho que se trilhe sem a sólida base da Palavra e os íntimos diálogos com o Eterno através do seu Cristo, presente entre nós a partir da Palavra, não poderá revelar a verdadeira face de quem Ele é, e de como devemos nos tornar.
O nosso desafio hoje e até que alcancemos a estrutura da perfeição?
Leitura, estudo, dedicação total à Palavra e a Comunhão que dela emana.
Não pensemos que seremos capazes de reconhecer a voz de Deus, se não nos dedicarmos à intimidade da Sua Revelação na Bíblia e na Comunhão. Por essa razão, o profeta Jeremias nos alerta, “Quem pode entender o coração humano? Não há nada que engane tanto como ele, está doente demais para ser curado" - (Jr. 17.9), e outra vez mais, o Senhor nos declara, "Pois a palavra de Deus é viva e poderosa e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois lados. Ela vai até o lugar mais fundo da alma e do espírito, vai até o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas" - (Hb. 4.12), e assim, na Palavra e através da Palavra, nós podemos ouvir a Deus e ouvindo-o, restabelecemos a Comunhão com Ele e com os nossos irmãos e nisso, somos reconhecidos filhos dEle e nos realinhamos a Ele e nEle, amigos, não há erros. Não à toa, ela é designada como Alimento, Água, Luz e outra denominações tão fundamentais para a nossa trajetória, porque é nela e através dela, a Bíblia, que Ele se revela a nós e nos ensina a reconhecer a Sua Voz.
Aprendamos, portanto, que Ela nos traz Ele.
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