Nos dias da minha infância eu aprendi que orar é falar com Deus e que, não necessariamente, isso acontece de joelhos dobrados e olhados fechados, muito ao contrário, é na vida diária em resposta à voz dEle. Pois, essencialmente, nos dias da minha infância, eu aprendi que sobre todas as coisas, eu deveria prestar atenção à voz dEle e apenas responder "fala, Senhor, porque a Tua serva ouve".
Eu era livre, nos dias da minha infância, e por isso eu não tinha vergonha de dizer que falava, ouvia e obedecia a um Deus que só eu e quem vivia dias de infância, via.
Então, eu cresci e desaprendi e não via mais a Deus porque eu não o ouvia, e se o ouvia, também não respondia da maneira que devia. Agora, eu adulta, não me preocupava mais com a voz de Deus, queria enxergá-Lo haver nas suas mãos para mim. Eu não queria mais responder à voz. Eu só queria o que as suas mãos pudermos dar a nós.
Eu me perdi.
Nas coisas, eu me perdi.
Nos desejos, eu me perdi.
No tempo, eu me perdi.
Na minha indiferença, eu me perdi.
Na minha independência, eu me perdi.
Sem a voz dEle eu me perdi
E tive medo e no escuro me escondi.
E chorei e sofri.
E, finalmente, arrependida a Ele recorri e quando, como menina, nos seus braços me encolhi, Ele me abraçou, me acalmou e a Sua voz, outra vez ouvi.
Então, aprendi que eu cresci, mas preciso viver com o coração como quando nos dias da minha infância eu vivi.
E assim, me surpreendi e, livre novamente, sorri.
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