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Não se morre de amor

Não se morre de amor.

Morre-se de desamor
No dissabor da traição
Na angústia do abandono
No medo da solidão

De amor não digo o toque, carne, cheiro e suor
De amor digo viver de um para o outro, viver de um no outro
Independente do escopo

E morre-se de desamor não no dia da morte
Mas na perda diária da esperança
No sangrar da alma em trauma
No apagar do sorriso livre
Isso ainda num corpo frágil que vive

De amor não se morre
Mas de desamor ... morre

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