Outro dia, numa reunião de discipulado, foi levantada pela enésima vez a questão da necessidade da nossa comunidade acerca da comunhão. Falamos, trocamos ideias, levantamos questões e um consenso de entendimento se formou (pelo menos é o que eu acho) a partir de um comentário que seria mais ou menos assim: "o que pode unir pessoas de diferentes comunidades cristãs ou denominações em torno de um objetivo comum, senão o Espírito Santo?". Fazíamos referência a um grupo de irmãos que atuam em diversas frentes de trabalho de assistência ao Corpo e sociedade, sendo eles das mais variadas comunidades. Isso nos leva à óbvia constatação de que se não nos enchemos do Espírito Santo, as ações, estratégias, atividades e afins, em nada terão êxito na promoção da tal da comunhão, pois comunhão é um resultado e não um começo.
Comunhão, o que é isso?
Comunhão: participação em comum, uniformidade em ideias e opiniões.
Comunhão: resultado de uma busca contínua por enchermo-nos do Espírito Santo, o que somente é possível na medida em que nos esvaziamos da nossa vontade, dos nossos medos, das nossas resistências, dos nossos pontos de vista, dos nossos anseios pessoais, da nossa comodidade para que enfim, num coração completamente despojado, o Senhor encontre espaço para começar a um processo de transformação dos nossos intentos gerando em nós um novo ser, feitura dEle.
A questão, é que muitas vezes, restringimos comunhão aos ajuntamentos sociais de uma comunidade cristã. E, somente a título de esclarecimento, creio que isso seja saudável, porém entendo que não se trate de comunhão, mas um resultado da comunhão. Comunhão se constrói antes, quando me deleito no Espírito e me permito conduzir por Ele e aí, começo a me mover de forma inconteste na direção das demais pessoas, criando pontes e relacionamentos espirituais que promovem a mútua edificação (minha e daqueles com os quais me disponho nesse propósito) o que, necessariamente, acabará por se estender à toda a família da fé. Mas, nesta ação que pode começar de mim, é preciso compreender que há a necessidade de romper com os meus paradigmas e preconceitos que, normalmente, minha afeição carnal promove e deseja fazer prevalecer.
A Escritura diz, em 2 Coríntios 3:17 "...onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade". Ou seja, quando nos enchemos do Espirito, o ambiente está pronto para que uma condição espiritual em que as barreiras e as diferenças são simplesmente esquecidas, o que começa por gerar um resultado, cuja origem genuína promove integração, liga, participação em comum, uniformidade de ideias e opiniões: a comunhão que tanto desejamos.
A nossa necessidade real são discursos mais amenos e reuniões sociais? Não será hora de nos despojarmos de nós mesmos e nos prostramos ante o Senhor, reconhecendo a nossa carência dEle e ardentemente buscarmos o revestimento do alto?
Penso, à luz da Verdade, que essa postura de busca pelo Espírito Santo, deixando-o fluir em nós, naturalmente nos conduzirá ou nos trará o resultado, a comunhão.
Que nos disponhamos, hoje e até o dia do Senhor.
Um abraço,
Ádila Lopes
Comentários
Postar um comentário