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Nos Dias da Minha Infância

Nos dias da minha infância eu aprendi que orar é falar com Deus e que, não necessariamente, isso acontece de joelhos dobrados e olhados fechados, muito ao contrário, é na vida diária em resposta à voz dEle. Pois, essencialmente, nos dias da minha infância, eu aprendi que sobre todas as coisas, eu deveria prestar atenção à voz dEle e apenas responder "fala, Senhor, porque a Tua serva ouve". Eu era livre, nos dias da minha infância, e  por isso eu não tinha vergonha de dizer que falava, ouvia e obedecia a um Deus que só eu e quem vivia dias de infância, via. Então, eu cresci e desaprendi e não via mais a Deus porque eu não o ouvia, e se o ouvia, também não respondia da maneira que devia.  Agora, eu adulta, não me preocupava mais com a voz de Deus, queria enxergá-Lo haver nas suas mãos para mim. Eu não queria mais responder à voz. Eu só queria o que as suas mãos pudermos dar a nós. Eu me perdi. Nas coisas, eu me perdi. Nos desejos, eu me perdi. No tempo, eu

As Cartas da Minha Vida

Eu gosto da letra, das palavras, das frases, dos textos, suas formas e significados. As palavras sempre foram um paradoxo para mim, em que consigo ver mistérios e nestes mesmos, nítidas revelações, que de outro modo não seriam percebidas.  Eu amo tanto as palavras e os seus significados, que sim, talvez um dia eu consiga escrever um livro. E porque eu amo tanto assim, as palavras? Não sei ao certo, mas suspeito que tenha a ver com o fato de que desde muito pequena, essa era a melhor expressão de mim. Eu era muito tímida (porque hoje sou apenas tímida) rs e ainda muito menina, eu vivia conflitos muito intensos, dos quais eu não podia ou tinha com quem falar e ai, sobraram-me o papel, a caneta, as palavras e, então, eu escrevia muitas cartas. Lembro-me que no começo dos anos 90, morávamos em uma cidadezinha no interior do Maranhão, chamada Alto Alegre e havia, na frente dessa casa um jardim e uma planta trepadeira que não me lembro o nome, mas ela formava uma copa tão grande q

Há de se cuidar da amizade e do amor

A amizade e o amor constituem as relações maiores e mais realizadores que o ser humano, homem e mulher, pode  experimentar e desfrutar. Mesmo o místico mais ardente só consegue uma fusão com a divindade através do caminho do amor. No dizer de São João da Cruz, trata-se da experiência da “a amada(a alma) no Amado transformada”. Há vasta literatura sobre estas duas experiências de base. Aqui restringimo-nos ao mínimo. A amizade é aquela relação que nasce de uma ignota afinidade, de uma simpatia de todo inexplicável, de uma proximidade afetuosa para com a outra pessoa. Entre os amigos e amigas se cria uma como que comunidade de destino. A amizade vive do desinteresse, da confiança e da lealdade. A amizade possui raízes tão profundas que, mesmo passados muitos anos, ao reencontrarem-se os amigos e amigas, os tempos se anulam e se reatam os laços e até  se recordam da última conversa havida há muito tempo. Cuidar da amizade é preocupar-se com a vida, as penas e as alegrias do ami

E a minha alma se emancipou

E quando a noite chegou Trouxe consigo medo e tremor Mas quando eu abri os olhos na noite Vi uma estrela de brilho forte Era seu riso E veio um vento forte Que levou pra longe de mim O medo E da prisão a minha se soltou E quando o dia chegou Trouxe consigo a paz interior Mas quando abri outra vez os olhos, agora no dia Vi um clarão forte e contestador Era a minha consciência E veio um forte vento Que trouxe a convicção De que não é a paz Ausência de guerra ou dor E finalmente, emancipou-se a minha alma, com razão

E se a alma

E se alma estiver escura? Dê a ela os olhos que lhe serão como um clarão, um lampejo na escuridão! E se a alma estiver fria? Dê a ela um abraço que se reproduza em calor, uma última razão! E se alma estiver faminta? Dê a ela uma migalha de esperança que lhe seja sobrevida para um suspiro de paixão! E se a alma estiver sedenta? Dê a ela uma lágrima e ela se lembrará que é maior que a solidão! E se alma estiver morrendo? Dê a ela amor e ela experimentará a sobrenatural ressurreição!

Que sejamos livres

Que a música e a poesia nos renovem em força, sonhos e motivação de ser. Que a vida não se afogue em nossas lágrimas, nem se extinga no fogo da paixão desmedida. Que os vendavais não nos quebrem os galhos dos arvoredos de paz interior.  Mas  que o coração seja sempre terra fértil ao perdão, compaixão, amor, reconciliação e que nele não seque o jorrar de vida e prazer, cuja fonte é o Criador e que assim, o tintilar dos dias nos lembre a nossa necessária dependência de quem rege o Universo e do outro a quem nos devemos doar. E que sejamos livres, como o vento, conduzidos pela força que os nossos olhos não veem para além dos limites da nossa alma, para além, muito além de nós mesmos.

Eu terei dois filhos

Eu terei dois filhos. Ela se chamará Esperança. Ele se chamará Amor. E ela viverá muitos, muitos anos. Mas, somente ele viverá eternamente. E eu, eu não ficarei triste por ela não viver eternamente, porque ela viverá além de mim e nele, ela se eternizará também, e será por ela, que ele irá além. Eu terei dois filhos: a Esperança e o Amor, gerados todo dia, hoje e sempre, até que os meus dias findem e se multipliquem neles, Esperança e Amor.