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Deixar as malhadas

R ecentemente uma amiga me admoestou com a seguinte frase: "mana, já está de você deixar as malhadas". Claro que eu ri, e muito. A referência é bíblica, à história de Jacó e seus tempos de serviço ao sogro  Labão, enriquecendo-o e não tendo adequado reconhecimento por seu trabalho. É  principalmente, uma chamada à aceitação pública de desafios que muitas vezes a gente já enfrenta no privado, "às escondidas", nos bastidores. Nunca enriqueci ninguém e, graças a Deus,  meu trabalho quase sempre teve reconhecimento de valor. Não em todos os sentidos, obviamente. Há um fato importante porém, trazido por essas referências e de modo muito forte. Mostrar o que sou capaz de fazer, ou melhor, assumir minhas capacidades, nunca foi algo que me atraísse. Muito ao contrário. Quase sempre só me salta aos olhos a ácida crítica que eu mesma me imponho. Sei fazer muitas coisas e quando assumo desafios normalmente tenho excelente desempenho. Mas tenho enorme e sincera dificuldade

Nossos hábitos, nossas construções

Muito raramente preparo café da manhã em casa. É quase o único momento que paro. É um misto de preguiça e necessidade de um momento para nada fazer além de ler um jornal, revista, livro, ouvir música ou apenas me deixar navegar nas águas do nada tarefeiro e mergulhar nos pensamentos ou observação. O local é simples. A comida é básica. O horário é quase sempre o mesmo. As experiências da observação são quase sempre significativas. Cá estou mais uma vez. Uma mesa livre à frente. O casal chega. Faz o pedido. Recebe seus itens solicitados e se dirige à mesa. Ela está bagunçada com restos de comida do usuário anterior. Um prato, um copo, uma caixa de achocolatado e algum a sujeira espalhada. O casal volta e começa a tomar café de pé, ao lado do freezer de sorvetes até que alguém limpa a mesa. Ok. Faria que os responsáveis pelo local se mantivessem absolutamente atentos e ágeis quanto à limpeza das mesas. Melhor seria que o cidadão anterior deixasse a mesa em mí

As distâncias de Brasília

Fui ao escritório conferir se determinado serviço já estava pronto, já que o profissional não me respondia. "A senhora terá que esperar mais ou menos uma hora para que eu termine a parte de hoje." Ok. Fome. Ali na 215 norte tem umas comidinhas bacanas. Dilema. Ou enlouqueço de vez e enfrento a passagem subterrânea ou enlouqueço e atravesso o Eixo Rodoviário. Eu estava na 314 norte e o mapa me dizia que apenas 1,2 km me separavam até a comida desejada, em 14 minutos de caminhada. Eixo ou passagem subterrânea, que uso com frequência (até 18h), que doidice farei? Atravesso o Eixinho. Olho para um lado. Olho para o outro. Ando uns 200 m na direção norte, pelo canteiro. Desisto. Não sou capaz de enfrentar as máquinas exibindo seus tanques abastecidos. Melhor deixar para frequentar o Eixão amanhã, quando estiver fechado para os carros e aberto para as pernas, das gentes circulantes. Brasília é linda. Apesar de chamarem a cidade de