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Mostrando postagens de agosto, 2018

Ai de vós, líderes religiosos. Impostores.

Quando eu exercia, como a gente diz na igreja, o ministério pastoral, das coisas que mais me davam frio na espinha e arrepio, era pregar - a hora dos sermões. Minha vontade às vezes era de correr. Não por medo de falar em público. Não. Tenho muito problema para assumir as coisas que faço bem, mas em uma já estou certa de que sou boa: se eu tiver mínimo domínio sobre determinado assunto, eu falo bem; outras vezes enrolo bem; outras vezes me viro bem. Ou, como me disse a Professora Inês, em 1992, quando eu fiz um discurso numa festa da escola, eu tenho o dom da oratória. Eu era apenas uma adolescente. Ou, eu nasci assim! Mas, na igreja me apavorava cada culto em que a responsabilidade da palavra era minha. E foram muitas vezes ao longo de 13 anos. O motivo? Eu sempre soube do poder do que eu falava. Tive um pastor, Douglas (que ainda mora no meu coração rs) que insistia nas suas pregações, que investigássemos o que ele falava à luz do Evangelho e da pessoa do Cristo. Aprendi qu

Escuridão

A sala escura e silenciosa as vezes faz bem, outras vezes nem tanto. Quase sempre, na verdade, ela traz uma mistura disso tudo para ser real, no imaginado. Medo, dúvidas, lágrimas e muitas saudades do que não foi e do que poderia ser, orbitam a mente. Mergulhamos na insistente mania de querer desvendar as coisas sobre as quais não temos controle, as experiências não vivenciadas, os anos que passaram ao largo da nossa existência. E dói. A distância que criamos de nós mesmos, tão extensa e pedregosa que nos custa andar por ela e adiamos  a caminhada ao encontro de nossa identidade. Esquecemos quem de fato somos, o que realmente faz sentido para nós, o que nos faz acordar todo dia e o que nos dá leveza para existir mais uma vez e outra vez, nesse ciclo nominado vida. Afinal, o que somos? Ou o que esse rodopiar de ciclos ou rotinas incontroláveis fez e faz de nós? Impossível dizer se nos perdemos ainda antes de nos percebermos em ciclos. E seria essa percepção de visita não programa

Pelo direito de sonhar

Era quarta-feira, como outras tantas na padaria perto de casa. Um pigado, por favor. Com mais café e leite, bem quente. Mais quatro biscoitos de queijo. Meu pedido de todo dia. Enquanto espero...uma mensagem salta no Messenger. "Ádila, sabe de alguma oportunidade de emprego?" Não é a primeira vez a mesma questão me bate à porta. Minha caneta cor de rosa também salta para escorrer sua tinta no primeiro verso de papel que encontro na mochila. Impossível não me ver voltando ao final da década 1990, quando eu tinha a mesma idade do meu amigo da conversa. Muito embora, é preciso afirmar, mesmo em condições severas, as dele são bem mais arrojadas. 1997. Eu morava em Ceilândia. QNM 03. Quem conhece sabe que é barra pesada. Hoje ainda menos que naquela década. Mais de uma vez, ao retornar da escola (CEd 07) me deparava com a rua (conjunto G) fechada pela PATAMO. Ninguém entrava ou saía até que mais uma operação atrás de merla,  a droga da quebrada, fosse finalizada. Uma vez te

Por mandatos mais participativos e transparentes

A nossa história recente vive um mergulho profundo na crise de representatividade. Estruturas frias, rígidas, distantes, ensimesmadas, incapazes de dialogar com os atuais dilemas da nossa sociedade. Os partidos não dão mais conta sozinhos, do desafio da construção a política. Na REDE acreditamos no novo jeito de fazer política e que ele está diretamente ligado ao resgate do protagonismo do cidadão para que ele voz ativa em todos os processos do fazer política, de modo que os representantes sejam de fato REPRESENTANTES, e não substitutos dos cidadãos e cidadãs. Entendemos que uma das suas principais contribuições da REDE para o resgate da política é trabalhar para quebrar o monopólio dos partidos, criando novos métodos e fortalecendo outros que já existem, em parceria com os movimentos cívicos e as instituições, oxigenando a política com mais participação real da população no processo democrático e mais transparência na ação dos seus representantes. A convicção nestes princ