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Mostrando postagens de maio, 2018

MAIS UMA ORELHA NO CHÃO?

Depois de uma vigília, a mais pesada de toda a sua vida, quando esteve mergulhado na mais profunda angústia e solidão possível a um vivente suportar, chegaram soldados e servos para levá-lo preso. Armas em punho. Medo nos olhos. E o traidor a guiá-los. Pedro, um dos seus e daqueles que o deixaram só na angustiante vigília, porque cansado dormiu, saca a espada e com maestria decepa a orelha de Malco, um servo. Uma repreensão à ação precipitada, embora natural. Uma ação inesperada. Uma cura. Um ensino. As armas da missão do Cristo não fazem sangrar, não dilaceram corpos, nem adoecem almas. Tempos semelhantes aqueles vivemos hoje. Instabilidade política e social que colocam em xeque a nossa dignidade, o ânimo, a nossa visão de mundo, a nossa fé, a esperança. Orelhas ao chão é o primeiro impulso. No entanto, o ensinamento do Cristo permanece o mesmo e o seu fruto é EMPATIA. Malco, o servo, cumpria ordens de um sistema traiçoeiro e perverso e a sua presença ali esta

Soprando forte. Em todos os lugares.

Os ventos do autoritarismo agem por frestas, batem portas e janelas, arrancam lençóis nos varais, derrubam casas, torres, contorcem e distorcem estruturas, abalam construções e firmam-se como a última ordem válida a que se devem curvar todos. Os ventos do autoritarismo começam sutis, como a brisa do fim do dia e embevecem desatentos, corações em desalento, ocupados em demasia, apressados se desesperam. Os ventos do autoritarismo sopram em todos os lugares e vão ganhando força se não enfrentados. Os ventos do autoritarismo rasgam mãos que trabalham, sangram corações de vela ideológica comum, cegam até os olhos mais dedicados e tornam insanos os lúcidos da terra. Os ventos do autoritarismo estão varrendo a terra. Nunca deixaram (é verdade) ou deixarão a nossa história. Nos levaremos por eles? Como os enfrentaremos? O que de nós restará ao cabo de seus ataques mais vorazes?

Vasti, mulher poderosa

Perambulando pela Asa Norte à procura de um almoço (que eu deveria ter feito em casa) dou de cara uma loja chamada Vasti. A lembrança imediata é da rainha Persa. Acho que da próxima vez que for falar na reunião da igreja, tomarei o breve relato bíblico do poderoso ato da rainha Vasti como base do sermão...rs Se você é ou foi, como eu, igrejeira (o), especialmente pentecostal, lembrará sem muito esforço do lugar dado a Vasti. Na sua "desgraça", a oportunidade divina para o suc esso de Ester ou, simplesmente o silêncio sobre o seu ato, quando ousou dizer NÃO ao abuso e violência de um rei bêbado. E por que não falamos sobre o poderoso ato feminino do NÃO? Por que não falamos sobre machismo? Por que não falamos de relacionamentos abusivos nos casamentos evangélicos? Por que não falamos sobre o significado de autoridade? Por que não falamos da objetificação da mulher, inclusive na igreja? E por que não falamos que o amor é subversivo? Por que não falamos de am