Pular para o conteúdo principal

Orla Livre, econômica próspera e ambientalmente sustentável

O Caderno Cidades do Correio Braziliense deste domingo (02), trouxe duas páginas sobre os negócios possíveis, ou melhor, as algumas possibilidades econômicas numa das áreas mais incríveis do Distrito Federal, o Lago Paranoá.

Durante décadas, sinônimo, para mim, dos muros segregacionistas do DF, personificados no "tão perto e tão longe", "para ver, não usufruir", "saber que existe para saber que nunca será seu" e, "aos poderosos, tudo", a partir de 2015, um pesado processo de sua democratização finalmente foi levado a termo, são sem muitas tensões e enfrentamentos judiciários movidos por pessoas que tomaram por patrimônio privado o que a todos pertence.
Ainda que o seu processo de plena estruturação leve um tempo, a desobstrução da orla do lago Paranoá, por si só e se fosse apenas isso, já seria digna de celebração e cobraria muito controle social da população do Distrito Federal. Toda ela.
É preciso que o conjunto da população do DF acompanhe todas os passos que seguem à desobstrução para que a infraestrutura a ser implantada contemple uma perspectiva democrática de desenvolvimento, com oportunidades efetivas, PRIORITARIAMENTE, para micro e pequenos negócios. Além disso, FUNDAMENTALMENTE, a antes de qualquer coisa, a sustentabilidade ambiental precisa ser PREMISSA do que está posto e do que virá.
O Lago Paranoá e sua orla, agora desobstruída, tem todos os requisitos desejados para a construção de um novo simbolo na capital federal: a democratização do público em todos os seus ativos por uma cultura de desenvolvimento que além da geração de emprego e renda, se faça pelo absoluto respeito ao meio ambiente em todo o seu significado. Temos assim, oportunidade sem igual de dar um preciso passo de avanço civilizatório e sair da relação predatória com os ativos ambientais a que acessamos para colocá-los como espinha dorsal no processo de escolhas para construção da viabilidade econômica de negócios e transformações sociais.
Por falar de ativos ambientais, é preciso que tomemos consciência de toda a riqueza ambiental que há no nosso território e que urgentemente aprendamos sobre o uso sustentável dessa riqueza.
Há uma ignorância estratégica ou já estamos mesmo é alcançando o limiar da burrice deliberada, que não contempla gerar emprego e renda no DF (e a bem da verdade, em nenhum lugar do Brasil) a partir dos seus incríveis ativos ambientais que abraçam o DF e ainda se mantém vivos nas suas zonas urbanas.
É preciso que os governos tragam a riqueza ambiental para a centralidade das suas tomadas de decisões; que os órgãos ambientais busquem um processo de gestão dessas áreas englobando inserção objetiva das comunidades de entorno e de educação ambiental inovadora como pilar importante, capaz de tornar esses espaços de riquezas ambientais, propriedade de responsabilidade ativa do povo, alcançando-o e fazendo-o parte e não um processo de expurgo com ele porque não entende e destrói os ativos ambientais do DF; que os empreendedores assumam a co-responsabilidade efetiva pelas áreas ambientais do nosso território ou elas ficarão entregues aos mais sorrateiros processos de degradação e todas as suas infâmias econômicas, de saúde pública (que retornam em mais prejuízos econômicos indiretos), educacional e ambiental (objetivamente), nos confinando à mediocridade de achar que a existência é feita de compartimentos e não um sistema, dinâmico e profundamente integrado.
Invistamos, senhoras e senhores, numa nova economia para o Distrito Federal e ela está bem clara diante de nós para até cegos verem: turismo (em diversas frentes), tecnologia e mercado digital, a cena cultural (igual diversa). 
Desenvolvamos uma nova consciência, que parta dos princípios da biodiversidade, suas demandas e riquezas e a nova e ampla visão que nos pode dar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Você Aprende

Você aprende... Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva anos para se construir confiança e a

Democracia e representatividade: por que a anistia aos partidos políticos é um retrocesso

Tramita a passos largos na Câmara dos Deputados, e só não foi provado hoje (2/maio) porque teve pedido de vistas, a PEC que prevê anistia aos partidos políticos por propaganda abusiva e irregularidades na distribuição do fundo eleitoral para mulheres e negros. E na ânsia pelo perdão do não cumprimento da lei, abraçam-se direita e esquerda, conservadores e progressistas. No Brasil, ainda que mulheres sejam mais que 52% da população, a sub-representação feminina na política institucional é a regra. São apenas 77 deputadas entre os 513 parlamentares (cerca de 15%). E no Senado, as mulheres ocupam apenas 13 das 81 cadeiras, correspondendo a 16% de representação. Levantamentos realizados pela Gênero e Número dão conta que apenas 12,6% das cadeiras nos executivos estaduais são ocupadas por mulheres. E nas assembleias legislativas e distrital esse percentual é de 16,4%. Quando avançamos para o recorte de raça, embora tenhamos percentual de eleitos um pouco mais elevado no nível federal, a ime

Bereshit → Rosh = Cabeça!

Bereshit é a primeira palavra da Bíblia. Moises não escreveu Gênesis - ele não conhecia esta palavra. Ele escreveu Bereshit. Gênesis foi a tradução dada pela septuaginta (tradução grega da Bíblia), de onde vieram os nomes dos livros do chamado Pentateuco. Os 5 livros de Moises são conhecidos em Hebraico como os 5 quintos ,ou seja 1 inteiro. Cada um dos livros sugere uma parte de um todo e Bereshit a primeira delas. O nome dos livros da Bíblia em Hebraico é o nome da primeira palavra, por isso o nome de Gênesis que significa No principio. A raiz da palavra Bereshit é palavra Rosh que significa Cabeça! A primeira palavra da Bíblia - No Cabeca marca o principio de Deus. Para o homem o principio é o coração, para Deus é a cabeça, e Cristo é o cabeça da nova criação, e nós temos a mente de Cristo! A primeira palavra da Bíblia já fala de Cristo, o cabeça! Col.1:17-18 revela que Paulo sabia de tudo isso. Ele é antes de todas as coisas, Nele tudo subsiste, Ele é a cabeça do corp