Todos, especialmente os que se consideram PROGRESSISTAS, precisam, urgentemente - como diz Arnaldo Antunes - tirar a mão da consciência e colocar a mão na consistência, para um diálogo franco sobre as vestes da autoridade e as máscaras de autoritarismo. A gente fala muito sobre o outro, autoritário. Mas, e nós? Temos autoridade n'alguma fala, fruto de esforço por sermos consistentes ou apenas estamos travestidos do velho autoritarismo que dizemos combater? Há muita modernidade nas nossas falas, tanto quanto o arcaico desejo de submeter todas as vozes ao nosso próprio pensamento, ensurdecendo e silenciando o que difere das nossas ruidosas convicções e isso, sem ao menos exercitarmos a valoração de um e outro e os seus porquês. Ao passo que disseminamos tanta tecnologia de fala (e as dizemos de escuta) também, no mesmo esforço ou, até com mais vigor, quebramos muitos vasos, depositários poderosos de idéias e energias outras que poderiam estar sendo aplicadas para melhoramento do m