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Mostrando postagens de 2016

O crime

O primeiro grande crime da nossa raça nunca mais nos deixou e rege desde sempre os nossos destinos: FRATRICÍDIO substantivo masculino 1. delito de homicídio cometido contra o próprio irmão ou irmã. 2. matança entre povos da mesma raça, cidadãos do mesmo país. Somos assim, homicidas por natureza, decaídos, decadentes em mergulho profundo à desgraça velada. As dores que nos doem são o ego, a ganância, mordaças, elas próprias da generosidade. E assim, nos repetimos em semelhança à Caim, violentos, virulentos, cegos em nosso egoísmo, mordazes, mortais, ferinos. Que loucura é essa, que carregamos, alucinados, nas trevas, imaginando que a esperança na humanidade poderá ser luz que a livre dos próprios tropeços, dos caos das próprias mãos, aquelas mesmas manchadas do sangue do irmão? Só tendo fé, pois dizem que ao que tem fé a vida não tem fim!

O poder da narrativa

Uma lição dos últimos anos: o poder da narrativa. Uma narrativa enfraqueceu as manifestações de 2013 até silenciá-las. Uma narrativa "derrotou" Marina Silva em 2014. E um monte de narrativas - ora se declarando em oposição uma a outra, ora se beijando feito casal apaixonado em juras de amor eterno, achando que viver uma paixão escondida, sendo o caso de domínio público - tem enlouquecido a mente já pouco sã de todos nós, nos últimos tempos. Que narrativa vamos fazer ou, a que narrativa somaremos voz e faremos coro? O que somos, afinal, depois das turbas que vociferam revolução de um lado, moralização de outro? Somos mesmo, assim, só uma soma muda numa narrativa incoerente, controversa, irresponsável, antidemocrática, autoritária e descontrolada ou coro afinado em melodia e transe sem significado vocal? Somos mesmo, assim, tão incapazes de nos juntarmos num grande processo coletivo de limpeza de ouvidos, olhos e bocas que nos permita começarmos um diál

Lugar de mulher é na política

"95% das mulheres e 88% dos homens acreditam que deveria haver mais mulheres na política. Por que não há?" .  Essa é uma provocação breve de matéria do El País, sob o título de "Machismo alimenta desigualdade social e traz prejuízo à economia" e chamada, "Contribuição feminina à economia é grande, mas retorno deixa a desejar. Mulheres ainda ganham menos que os homens e estão em menor número nas esferas de poder" Ainda não sei elaborar muito a respeito, uma coisa, porém, tenho ma tutado faz um tempinho. Os partidos políticos são um ambiente sinistro, de disputa violenta e desrespeitosa, onde - de modo, QUASE SEMPRE DESNECESSÁRIO, a tendência é querer resolver as coisas no grito, batendo na mesa, com grupamentos para enfrentamentos de um a outro lado - e isso, aqui na minha inocência de militância partidária, mas PLENA CONVICÇÃO de posicionamento de AÇÃO POLÍTICA, somando-se a outras questões sobre as quais ainda não consigo dizer, é ABSOLUTAMENTE D

Sobre resistência

Resistência não é ficar teso, duro, inflexível ante o adversário, inimigo ou situação.  Dentre os diversos significados à palavra, gosto do que a define como "aquilo que causa embaraço" , e ainda, "não ser alterado, danificado ou destruído (por algo ou, ação de algo)" e, por fim, "não seguir e não ser dominado (por impulso, vontade, ideia ou influência)" . Esse conjunto de significados me fazem compreender RESISTÊNCIA como GUARDAR PRINCÍPIOS. Sofrer traição, ser obrigado a carregar o peso de outro, ser esbofeteado (com a mão que limpa fezes ou com as palavras que rasgam a alma ou ainda, com os gestos que silenciam os ânimos de realizar), são perfeitas justificativas para retrucar, devolver  a violência sofrida, defender-se na mesma moeda. Mas, se ao invés disso houver  exercício para a RESISTÊNCIA? Exercício porque é uma missão altamente complexa. Resistir é aprendizado fruto de compreensão de motivos. O Cristo, certa vez, ao ensinar sobre a

Diálogo de mundos diferentes

Tem um mês, mais ou menos, ao fazer análise de coisas do meu cotidiano e olhar o que está acontecendo no nosso país, que não me sai da cabeça a Oficina de Sarah Thompson,  sobre RESISTÊNCIA,  no Festival Reimaginar. Estou tentando compreender conceitos.   Ontem, cansada física e psicologicamente, ao chegar em casa, depois das 21h, em dia absolutamente estressante no trabalho, tive a oportunidade de ficar bom tempo na porta do prédio onde moro, trocando ideia com vizinha que estava voltando d a manifestação na Esplanada. Eu, evangélica, pude compartilhar diversas coisas que aprendi naquela oficina. Ela, sem prática de religião alguma, compartilhou o sentimento de solidão na luta pelo que acha correto. No final eu a agradeci a oportunidade da conversa franca. Ela me agradeceu a exposição a partir de um princípio de fé que ela não conhecia. Nós admitimos as diferenças dos nossos mundos e nos alegramos pela convergência das nossas lutas. Vizinhas que dizem &#

O livro e a vaidade

Conforme os dias passam só posso dizer que aquele tal livro Sagrado para os cristãos (e eu tento ser uma, portanto, sagrado para mim) é o mais importante que já li na minha vida. Ele é um tanto maluco, sanguinário, misterioso, controverso e por isso, tantas vezes incompreensível, mas ainda não encontrei nenhum outro para substitui-lo na minha cabeceira. Ele me conserta e desconserta; me constrói e desconstrói; me acalma, tanto quanto me desespera; planta e rega as mais absurd as esperanças no meu coração e quase na mesma medida, muitas vezes, me diz que é tudo um sopro sem controle, e isso me assombra. O livro. Ele me vira do avesso e quando penso que estou aprendendo me prova que ainda não sei nada. Ele expõe as minhas vaidades, medos, mentiras, hipocrisias e todas as minhas facções interiores - essas minhas guerras incontidas, que extrapolam a geografia da minha alma e se esvaem por meus olhos, lábios, poros, gesto, em reações tão concretas que se firmam ante minhas

Ela quer da gente é coragem

Sabe aquela partícula de texto pela qual você se apaixona? Aquela que inspira, faz transpirar, que sempre abala as suas estruturas por dizer poderosas verdades? Acredito que é muito bom que descubramos essa palavras e expressões que falam ou, por vezes, gritam à nossa alma para nos provocar leituras de nós mesmos e do mundo com o qual nos relacionamos ou aquele outro que desprezamos. Eu gosto dessa, do Guimarães (o Rosa): "O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." Esse pedacinho está na porta da minha casa para que todos os dias, ao sair, me lembre que é preciso coragem e, todos os dias ao retornar , lembre novamente, é preciso coragem. O Aurélio define CORAGEM como um substantivo feminino que se apresenta a nós com o significado de 'moral forte perante o perigo, os riscos; bravura, intrepidez.'  Ou ainda,  'firmeza de espírito para enfrentar

Os fantasmas

É sozinho (a), SEMPRE, que você vai enfrentar os seus fantasmas. Haverá sustos. Haverá lágrimas. Talvez paralisia, até, por dado momento. É também sozinho (a) que você deverá se determinar a exorcisá-los. Poderá até contar, e é saudável que assim seja, com uma mão que afague, um braço que sustente, um abraço que acolha, mas é sozinho (a) que você enfrentará os seus fantasmas.

Um novo mundo possível (?)

Há um TED do qual gosto de demais e sempre o recomendo, cujo título é algo como "QUANDO AS IDEIAS FAZEM SEXO" ( https://youtu.be/-S5bHRacvu0 ), ele me desafia, sempre, a novas perspectivas quando estou diante de desafios acerca dos quais tenho alguma percepção de que não são apenas meus, muito embora me alcancem, em seus efeitos, diretamente. Lembro que a junção de ideias, pessoas, propósitos, missões é o que nos aperfeiçoa e nos conduz à luz , o que é absolutamente necessário nos tempos profundamente beligerante e intolerantes que vimemos. O que nos acontece agora? A que nível de crise chegamos? Fazer sozinhos, qualquer coisas que seja, nesse novo mundo que diante de nós está, é simplesmente impossível (na verdade, nunca foi, mas já acreditamos que sim). Um fundamento é nos reunirmos para pensar, juntos, sobre o que somos, no que nos tornarmos, os conceitos que nos algemaram ao caos existencial de quem nos tornamos propriedade e, juntos, também pensarmos em

Em Reforma?

Às vésperas do tal 499º aniversário da Reforma Protestante , talvez nos grite com muita força hoje a necessidade de pensarmos sobre essa palavra - REFORMA - o seu poder e o seu significado. Quando a nossa teologia está distante dos gritos da alma humana; quando a nossa teologia não consegue mais dialogar com os guetos, os becos, as vielas, as ruas, as demandas sociais, a inquietação da nossa existência, o nosso sentido espiritual de ser gente; quando a nossa teologia não nos p rova a pensar, enxergar e a assumir responsabilidade com o sistema de vida no qual existimos como parte, alguma coisa está estranha. Muito estranha. Não é a Escritura, assim creio, que se fez incompleta nos seus princípios e, portanto, insuficiente para as demandas da humanidade. Mas, a estratagema teológica do distanciamento, da comunicação academicista, do discurso ao invés do diálogo, da vedação aos questionamentos e às dúvidas, da literalidade textual e desprezo de valor do Cristo, pessoa inspirado

Comunhão

Até que me provem o contrário continuarei crendo e dizendo: é impossível comunhão na multidão. À multidão a gente se agrega e faz coro, dá novos tons e novas cores às vozes. Comunhão mesmo é fruto do partir do pão, do olho no olho que perscruta a alma e decifra a anatomia dos pensamentos de quem convive, se desnuda sem temores dos julgamentos. Comunhão é ombro para receber o peso do corpo cansado, é peito sobre o qual reclinar a cabeça confusa, é colo pra dar e receber carinho, são braços estendidos pra segurar o que cai e levantar o derrotado, são pés dispostos e disponíveis pra mais uma caminhada, ainda aquela do desgarrado. Comunhão são as agruras do pensar junto, construir junto, acreditar junto, se transformar junto, chorar junto, sorrir junto e ajuntar os dilacerados pela vida pra fazer-se um novamente. No mais, há expectação, mais uma voz em coro numa multidão em frenesi por existir em pequenos rompantes de ajuntamentos sectários. Impossível comungar assim. Por isso, sigo a

Um grito que não sai

Um recorte da PDAD (Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios) - 2016, no caso Estrutural:  http://www.codeplan.df.gov.br/…/Apresentacao_PDAD_Estrutura… Dados que dizem muito, especialmente quando olhamos o resultado da pesquisa de outra Região Administrativa do DF, o Lago Sul (divulgada hoje:  http://agenciabrasilia.df.gov.br/…/10/pdad-lago-sul-2016.pdf ), e lembro o que ouvi em audiência pública sobre a desobstrução da Orla do Lago que é de TODOS NÓS, contra a qual se agarram com unhas e dentes, uma meia dúzia de moradores auto proclamados "o maior PIB do planeta", e que lançam mão de todas as formas possíveis para continuar a judicialização das ações de abertura da orla a quem de direito. Enfim, o real grito das nossas ações e reações não sai da nossa garganta, ficando os nossos silêncios expressos em números como esses aqui, resumidos ao final, e em mais detalhes no link abaixo. E esse grito, quem o dará? Quando falaremos pela redução da desigualdade so

Vestes de Autoridade vs Máscaras de Autoritarismo

Todos, especialmente os que se consideram PROGRESSISTAS, precisam, urgentemente - como diz Arnaldo Antunes - tirar a mão da consciência e colocar a mão na consistência, para um diálogo franco sobre as vestes da autoridade e as máscaras de autoritarismo. A gente fala muito sobre o outro, autoritário. Mas, e nós? Temos autoridade n'alguma fala, fruto de esforço por sermos consistentes ou apenas estamos travestidos do velho autoritarismo que dizemos combater? Há muita modernidade nas nossas falas, tanto quanto o arcaico desejo de submeter todas as vozes ao nosso próprio pensamento, ensurdecendo e silenciando o que difere das nossas ruidosas convicções e isso, sem ao menos exercitarmos a valoração de um e outro e os seus porquês. Ao passo que disseminamos tanta tecnologia de fala (e as dizemos de escuta) também, no mesmo esforço ou, até com mais vigor, quebramos muitos vasos, depositários poderosos de idéias e energias outras que poderiam estar sendo aplicadas para melhoramento do m

Conhecimento (?)

A existência, car@s, é mero resultado de uma grande disputa entre os que acessam as fontes de conhecimento e os que a sua margem ficam. Quando se tem acesso às fontes de conhecimento é possivel pensar, repensar e pressionar o atendimento às suas demandas. Quando se está à margem dessas fontes resta apenas as consequências da ignorância: a óbvia marginalização. Daí que, não é dinheiro e acesso a consumo que "salvam" a Pátria, é acesso às fontes de conhecimento. Triste o Brasil, país "abençoado por Deus e bonito por natureza, que beleza", marginalizado, escravo da ignorância. Pobres, coitados pobres, sempre atrás na disputa de espaço e conquistas, mesmo as inadequadas e ultrapassadas, porque não acessam os conhecimentos.

Arrogância vs Diálogo

Tenho recebido, de vários amigos, dezenas, literalmente, de convites para participar de atos  # ForaTemer  e afins. Esse cara não me representa e, quer saber, participaria de todos os atos, se fosse possível. PARTICIPARIA, do verbo, vou avaliar muito bem se devo participar. Sabe o que é? Há algo de arrogante no reino da "democracia" de conveniências.  A mesma arrogância dos eventos   # FicaDilma ,   # NãoVaiTerGolpe , e blá, blá, blá ... ARROGÂNCIA . É arrogância não admitir erros; É arrogância não repensar posturas; É arrogância não assumir que fez tretas cabulosas, algumas cujas consequências são irreversíveis, outras, de preços pesadíssimos mas ainda passíveis de conserto; É arrogância não declarar que precisaria reaprender a arte do diálogo. Diálogo. Diálogo. Que começa com escuta, detida, concentrada, atenda, Não estou falando de dialogar com os porcos que ocupam as Casas Legislativas não. Tão pouco com os movimentos sociais viciados n

Arrogância vs Diálogo

Tenho recebido, de vários amigos, dezenas, literalmente, de convites para participar de atos  # ForaTemer  e afins. Esse cara não me representa e, quer saber, participaria de todos os atos, se fosse possível. PARTICIPARIA, do verbo, vou avaliar muito bem se devo participar. Sabe o que é? Há algo de arrogante no reino da "democracia" de conveniências.  A mesma arrogância dos eventos   # FicaDilma ,   # NãoVaiTerGolpe , e blá, blá, blá ... ARROGÂNCIA . É arrogância não admitir erros; É arrogância não repensar posturas; É arrogância não assumir que fez tretas cabulosas, algumas cujas consequências são irreversíveis, outras, de preços pesadíssimos mas ainda passíveis de conserto; É arrogância não declarar que precisaria reaprender a arte do diálogo. Diálogo. Diálogo. Que começa com escuta, detida, concentrada, atenda, Não estou falando de dialogar com os porcos que ocupam as Casas Legislativas não. Tão pouco com os movimentos sociais viciados no

Brasília que Queremos?

Acho que avaliar o governo, seja qual for, não pode ser um recorte. É um contexto amplo e com elementos muito diversos. Alguns desses tantos elementos que precisam ser considerados: O país. A condição local do Estado e o seu histórico. As medidas de eficácia de médio e longo prazo. Somente esses três, TALVEZ, sejam base para AINDA darmos crédito ao governo em voga. No caso, a nós também, porque em certa medida não dar para falar eles lá e nós cá. Não sempre. Tem coisas complicadas de lidar?  Certamente muitas. Talvez a principal esteja nas forças outras que o compõem. Conservadoras, de mentalidade pouco republicana. E, talvez devamos nos perguntar: é exclusividade deste ou mais um continuísmo espúrio já absorvido pela cultura política local, tolerado e até certa medida fomentado por nós, sociedade? Há ainda elementos extra Executivo que impactam muito fortemente na gestão da cidade. Um deles, CLDF. A composição é muito ruim.