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Mostrando postagens de junho, 2015

"Saber todo mundo sabe, querer todo mundo quer..."

Foi-se o tempo em que composições frasais me enchiam os olhos. Hoje, palavras, sem a expressão de significado ativo, não me dizem nada. Talvez os cabelos brancos que já se fazem presentes (apesar do apenas 3.5 de velocidade etária), ou as feridas das decepções que foram profundas, ou um processo de amadurecimento misturado (ou fruto) dos fatos anteriores, a verdade é que hoje palavras, para mim, são apenas palavras, sopro nos lábios, vocalização apressada de pensamentos afoi tos. A comunicação que me alcança é aquela do ato, da construção coerente no cotidiano, da expressão das palavras ditas (e não ditas) em ações, em prática, em vida real. ...porque... "saber, todo mundo sabe querer todo mundo quer mais fácil é falar do que fazer..." Então,   Vou-me esforçando para que a minha comunicação seja como aquela que desejo: prática diária dos valores nos quais acredito, pois, "o que a gente faz fala muito mais do que só falar..." Verbo é açã

#ReduçãoNãoÉSolução!

Dia 30? Estarei lá, na rua ... porque problemas crônicos e questões complexas não são resolvidos assim, como se está querendo fazer, é preciso chamar a sociedade para o debate, é preciso olhar a fundo para tudo o que envolve a proposta e aquilo que está posto e não recebeu a atenção devida em 25 anos de ECA. Não é 'reduz ou não reduz' simples assim por isso é preciso por fim a essa corrida de resolver problemas sociais sem integração da sociedade, sem pô-la no centro do debate. ‪#‎ ReduçãoNãoÉSolução‬ Vamos avançar socialmente, minha gente! Linda campanha uruguaia e mudança de opinião a partir de um novo olhar! Somos capazes? Tentemos!   Emoticon wink ---- A lição uruguaia e o nascimento da geração desarmada Dois terços dos uruguaios eram a favor da redução da maioridade penal. Em outubro do ano passado, houve um referendo naquele país sobre o tema. 53% contra a redução, 47% a favor. O que aconteceu? Como as pessoas no Uruguai mudaram de

Se...um

Estando vivo hoje o Pastor Martin Luther King, sim, ele era pastor, a que marcha ele iria? Pulando num trio gritando "Deus é fiel", estendendo as mãos em "atos proféticos" sobre a cidade ou chamaria uma marcha por direitos, educação, contra a redução da maioridade penal e estenderia a mão para acudir o oprimido, cumprindo as profecias desde sempre sobre a terra e mostrando eu quero ser fiel como é Deus? Tenho cá com os meus botões que o Pastor Luther King, no próximo domin go, teria como tema do seu sermão uma poderosa exortação para que a Igreja estivesse terça - feira na frente do Congresso exigindo mais educação, menos prisão, assumindo-se pela vida e contra a redução e ele, o pastor Martin, estaria batendo na porta dos gabinetes dos deputados exigindo respeito à Carta Constitucional e na hora da votação, bem capaz estivesse na galeria da Câmara ou no gramado da Esplanada com um megafone bramando pelas causas da justiça.  --- Ps: eu já fiz marchas e mi

Apenas amem

Ele estava muito cansado, física e emocionalmente, a bem da verdade. Os últimos dias, especialmente desde a sua chegada aos arredores de Jerusalém, não estavam nada fáceis. Não bastasse a dor de ver o sofrimento do povo, a exploração da fé de todos ali, a inabilidade dos discípulos em lidar com a miséria e a violência, ainda lhe pesavam as próprias dores, da responsabilidade,  da missão, do que estava por vir, a solidão e como doía a solidão! Então ele resolveu abraçá-la, a solidão, já que nada poderia fazer contra ela. E procurou um jardim, embora sombrio aquela noite, denso e absolutamente pesado - talvez por antever o que logo aconteceria ali,  era um jardim. Ele tremia e não era frio. Talvez nem frio cobrisse aquelas regiões por aqueles dias. Ele estava gelado e só,  ainda que três dos que o acompanhavam fazia três anos, estivessem por ali,  mas distantes, essa era verdade. Ele estava só. As trevas dominaram violentamente aquela noite enquanto ele gemia. Só.

Sobre liberdade

É muito chato quando a gente usa uma liberdade que não tem. É uma coisa profundamente vergonhosa. Outro dia eu usei, no trabalho, uma liberdade que não tinha - pelo menos não naquele contexto e momento - e quando a minha chefe me deu um risinho de reprovação bem discreto. eu quis me enfiar debaixo da mesa, fiquei profundamente envergonhada. Ainda bem que me toquei. Sabe uma liberdade que o Cristo não nos deu? Condenar os "pecados sexuais" dos outros. Embora Ele nos tenha dado, por exemplo, a liberdade de "condenar" os desvios de caráter dos corruptos. Sim, porque a corrupção é desvio de caráter, quase sempre. Enfim... À mulher pega em flagrante adultério Ele disse "filha, deixa o meu amor te tocar, deixa eu te amar...vai...e nesse amor siga em paz o teu caminho,...siga o caminho do meu amor". Aos corruptos do templo, que zombavam da fé do povo e corrompiam aquele culto, ele puxou o chicote e saiu quebrando tudo. A gente diria, "nervosinh

Ele se compadeceu de nós e o que isso nos ensina?

O Evangelho deve querer nos ensinar alguma coisa quando, diversas vezes, destaca: "e Jesus olhando a multidão com fome (ou sofrida ou à procura de um milagre...) compadeceu-se dela...", porque uma multidão de famintos é, essencialmente, uma multidão de solitários, uma vez que na comunhão não há quem tenha falta. Já a multidão de famintos é resultado de um ajuntamento de pessoas, cada uma buscando o SEU milagre, a SUA cura, a SUA prosperidade, o TORNAR-SE mais que vencedor, o  FAZER-SE cabeça e não calda... Falta-nos olhar as multidões formadas pela mulher siro-fenícia, aquela outra de muitos maridos e ainda assim sem nenhum, o religioso que não via sentido na sua religião e tinha medo de assumir isso, o louco de Gadara, o Lázaro, o centurião desprovido de poder, o coxo e seus quatros amigos, o Zaqueu - ladrão..."metáforas" de nós todos e buscar compreender o que é essa COMPAIXÃO. Um dia ouvi que o Cristo ensinava com palavras, atitudes e sentimentos. É, acho