Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2014

Me digam, por favor, se forem capazes?

Não interessa se o cara (ou a cara) está envolvido está a tampa em processos de corrupção (ativa e passiva), se está comprometido(a) com grupos de interesses contrários ao público, se o resultado prático e efetivo das suas ações tenha impacto contra os que mais sofrem e que mais necessitam de políticas de Estado com vistas ao seu empoderamento. Não, nada disso tem a menor importância, desde que o terreno, o telhado ou o dinheiro para a festa da minha congregação esteja assegurado, desde que o meu emprego esteja garantido por mais um período. Que droga de mundo cristão é esse, me digam por favor, se forem capazes? Estou cansada desse discurso de defesa da família e do "reino", cujo escopo é única e exclusivamente um pacote de regras morais. Estou cansada  desse discurso de defesa dos interesses cristãos. Que doidos? Acaso é interesse do Cristo o teto, o terreno ou a festa de congregação "a", "b", "x" ou "z"? Pelo que m

A restauração da criação

No nosso submundo evangélico (e não em contexto de desprezo, mas falando de conjunto de um todo maior), é muito comum a menção à restauração. Em tempos de Teologia da Prosperidade, então, tudo se resume à "restauração da sua vida financeira para que Deus seja visto e honrado no que você tem". Bom, nem vou continuar nesse viés porque não é o objetivo por agora. O fato é que muito facilmente podemos identificar a necessidade e mais, nos prontificar - quase instantaneamente - a pensar e buscar a restauração física, mental, etc. Mas, e que olhar temos conseguido devotar à necessidade de pensarmos com muita urgência, dentro das nossas comunidades de fé, a restauração da criação? Nós, evangélicos, somos muito rápidos em apontar o dedo, acusar, condenar. Somos a réplica comportamental perfeita daqueles brothers da Sinagoga, nos tempos de Jesus, os fariseus. E na mesma medida com julgamos e condenamos as pessoas, temos nos tornado condenáveis desde muito tempo, via o nosso irr

É baixo. É sujo. É nojento.

Gosto muito de uma citação que diz: "um texto fora do contexto é somente um pretexto". O contexto dessa citação, quando a ouvia, era sempre o utilizar de trechos bíblicos sem compreensão do tempo histórico, geográfico e muitos outros elementos importantes, que sendo postos de lado dão outro significado ao texto lido, transformando-os em justificativas para as mais terríveis interpretações, pretextos ao bel prazer de quem domina o texto para manipular os incautos. Em tempos de eleições, não sei porque razão, a gente (a gente eu, né) fica guardando aquela expectativa de que o processo seja inteligente, contextualizado, valorizando proposta e portanto, educativo, pela promoção civilizatória do povo. Mas, como se diz na internet, logo você é obrigado a usar o  ‪#SQN  (só que não). Isso é tão triste. É tão triste que os programas de TV, rádio, o panfletário e a internet sejam palco quase exclusivo, apenas de processos e procedimentos difamatórios e que isso seja capita

Colaboração, a força do inusitado e imponderável

Nunca, em tempo algum, um processo de transformação social ou uma revolução aconteceram sob uma única força gigante. Essas coisas nascem de loucos distribuídos e inspirando pequenos grupos próximos ou nem tanto assim ( grupos que por vezes sequer sabe m da existência um do outro), até que o inusitado das conexões acontece e os pequenos se fazem reconhecidos no resultado de um grande impacto social, histórico e por aí vai. A era digital, inegável na sua força, poder e significado, está nos permitindo - sob a dinâmica de um clique, o deslizar de uma tela a outra - a possibilidade de acesso ao mundo, em toda a sua complexidade e espetáculo - do horrendo à mais singela humanidade. A Revista Harvard Business Review (Brasil) em sua edição de setembro (2014) traz um artigo muito bacana. Sob o título de 'Compartilhar não é só para startups', Rachel Botsman da Collaborative Lab e coautora de 'What's Mine Is Yours: The Rise of Collaborative Consumption', discorre sobre c

Eu, você e os carimbos!

A história dos carimbos remonta desde muitos séculos, ao longo dos quais, várias foram as formas assumidas por esses instrumentos. De um modo geral, porém, os carimbos sempre tiveram o mesmo conjunto de funções, girando em torno de atestar algo como verdadeiro, configurar garantias a contratos e coisas afins. Os carimbos, necessariamente fazem parte da nossa vida, e não se trata daquele momento em que vamos ao cartório providenciar a autenticação de um documento, reconhecimento de firma ou em um consultório médico pegar um atestado. Eles nos acompanham de um modo bem mais significativo que estes e com marcas indeléveis, de fato, embora passíveis de variação de significado. Em 2004, acho que lá pelo mês de março ou abril, participei de uma das reuniões regulares com líderes da comunidade cristã da qual eu era membro. A lição daquela noite estava em torno de um ensinamento que costumo resumir assim, como foi feito ali: um desenho circular com um ponto no centro. O pastor que c

Um jardim para cuidar e plantar

Então o Senhor Deus pôs o homem no jardim do Éden, para cuidar dele e nele fazer plantações. (Gênesis 2:15) De que maneira temos percebido a criação e como estamos nos relacionando com ela?  O desejo é que o Evangelho nos transforme a  ponto de desenvolvermos a mente do Cristo, que sabe o lugar de todos no universo e busca com todos os seres criados uma relação harmônica, de cuidado e serviço - de modo que, no afã pelo exercício do que mais nos mobiliza: dominar, nós não nos esqueçamos a responsabilidade de cuidar. Pois, a terra que nos alimenta é a mesma que exige o nosso cuidado. Uma ação, sem a outra não subsiste.  --- O nosso aperfeiçoamento começa quando voltamos à Palavra, desconstruímos velhos conceitos, ampliamos a percepção sobre o serviço cristão na terra e abrimos a mente para aprender. Grata pelas oportunidades que Deus nos dá, a todos, nessa direção! 

Ao povo, a cidade!

Não gosto da parada de 7 de setembro. Motivo? Por ser isso, uma parada militar.  É bem possível que eu esteja falando mais uma bobagem? Sim, é possível - como quase tudo. A questão é que a minha antipatia se deve ao fato de esperar do Dia da Independência do meu país, uma festa popular, do tipo que se faz pelo ajuntamento voluntário de pessoas para uma celebração especial. E claro, não a desprezo de todo, reconheço que, pelo menos às crianças, ajuda no processo de aproximação quanto aos símbolos da pátria. Apesar disso, o 7 de setembro tal qual o 21 de abril, para mim são datas muito especiais. 21 de abril é a data de aniversário da nossa linda Capital Federal e por essa data ainda é possível encontrarmos gramas verdinhas nas avenidas, jardins, na Esplanada, Eixo Monumental. Isso graças às últimas chuvas.  7 de setembro é a data da nossa Independência, quando lá, "às margens do Ipiranga" deu-se o grito "Independência ou Morte" . Ok, foi só para d

Escravidão na Modernidade

Os escravos na atualidade trabalham apenas pela má alimentação do dia, pela roupa e calçados, por uma escola retrógrada - e olhe lá, e se forem bons escravos, trabalham também por um carro pra entupir as vias da Cidade.  Nada contra ter.  Neste exato momento estou precisando, muito mais que apenas querendo, ter algumas importantes coisas. Apenas é sufocante adequar-se a esse modo de existir, em que as  pessoas são mais um adereço, coisas de um sistema mesquinho e abominável em que o estranho é questioná-lo e repudiá-lo, em que o irresponsável é não querê-lo pra si, em que o louco é lutar cotidianamente para não ter que a ele se submeter. Sábios mesmo são os índios. Eles que sabem viver. Covardes somos, quase todos, nós que abdicamos da vida para existir como coisas desse sistema imbecil que nos molda e determina o que devemos nos tornar ou não. Mas..."tomara, meu Deus, tomara" - como canta Alceu Valença, "que tudo que nos amarra, só seja amor,